Santa Luzia lembrou no último domingo (02/06) os 140 anos do falecimento de Maria Alexandrina de Almeida, a baronesa de Santa Luzia. A cerimônia, que aconteceu no Solar da Baronesa, no centro histórico da cidade, foi realizada pela Associação Cultural Comunitária de Santa Luzia.

Considerada uma das personalidades mais importantes da história local, sendo uma das principais beneméritas que desenvolveu serviços na área da assistência social e cultural, a homenagem à baronesa contou com a participação da Paróquia de Santa Luzia e da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, que cedeu o espaço do solar para a realização da atividade religiosa e cultural.

Depois da celebração religiosa conduzida pelo pároco Felipe Lemos de Queirós no oratório do Solar, ocorreu o lançamento do livreto Barões de Santa Luzia: informações preliminares, de autoria dos pesquisadores do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais Adalberto Andrade Mateus e Marcos Paulo de Souza Miranda. A publicação apresenta informações sobre os barões de Santa Luzia Manoel Ribeiro Vianna (1º barão), Maria Alexandrina de Almeida (baronesa) e Quintiliano Rodrigues da Rocha Franco (2º barão) e tem prefácio assinado pelo também associado efetivo do IHGMG, Angelo Oswaldo de Araújo Santos. 

 

Com informações obtidas em cartórios e arquivos, a pesquisa traça um perfil inédito sobre os biografados, incluindo dados sobre Antônio Roberto de Almeida, irmão da baronesa, que chegou a assumir a presidência da Província de São Paulo. São apresentados, ainda, dados sobre o auxílio financeiro dado pela baronesa, já viúva, aos Voluntários da Pátria que lutaram na Guerra do Paraguai e a sua adesão ao movimento abolicionista. Maria Alexandrina faleceu em sua cidade natal, Barra, no estado da Bahia, no dia 02 de junho de 1879, sendo sepultada no Cemitério Santíssimo Sacramento, estabelecendo em seu testamento a liberdade dos seus escravos. 

Em sua fala, Marcos Paulo destacou a opulência econômico-financeira de Manoel Ribeiro Vianna e suas relações políticas estabelecidas com o pai de Maria Alexandrina que resultou no casamento realizado em 23 de outubro de 1824, no oratório do solar. "José Joaquim de Almeida, pai de Maria Alexandrina, foi um importante militar e político brasileiro que esteve envolvido na Confederação do Equador. A pesquisa, além de revelar as relações desse episódio com a chegada de Maria Alexandrina à Santa Luzia, sugere outra investigação referente à realização da Revolução Liberal de 1842 na localidade", destacou Marcos Paulo.  

 

Vendas em benefício do patrimônio cultural

 

Com 36 páginas e ilustrado, o livreto pode ser adquirido ao valor de 20 reais, e tem a sua venda revertida para ações em benefício do patrimônio cultural de Santa Luzia, dentre elas a restauração em curso no retábulo da Capela do Instituto São Jerônimo que, originalmente, fez parte do acervo da Fazenda das Lajes, também de propriedade dos barões. Mais informações: associacaoculturalsantaluzia@gmail.com