DIOGO PEREIRA RIBEIRO DE VASCONCELOS

PATRONO DA CADEIRA NÚMERO 11

Por Hist. José Francisco de Paula Sobrinho

Diogo Pereira Ribeiro de Vasconcelos nasceu na Freguesia de Santo Ildefonso, Porto (Portugal), em 1758, e faleceu no Rio de Janeiro em 1815. Foi historiador, jurisconsulto e tronco de importante e tradicional família luso-brasileira, os Pereira de Vasconcelos. Era filho do Coronel Jerônimo Pereira de Vasconcelos e de Ana Jacinta da Natividade Ribeiro, ambos naturais da cidade do Porto, Portugal.

Foi Cavaleiro Professo, na Ordem de Cristo, de Portugal, Caixa de Diamantes de Indaiá (Minas Gerais), Vereador e Presidente do Senado da Câmara de Vila Rica (atual Ouro Preto/MG) e Juiz do Crime, do bairro de São José, no Rio de Janeiro.

Chegou a ser preso, sob a suspeita de envolvimento na Inconfidência Mineira. Ao final do processo da Devassa, que condenou os réus da Conjuração, “o vereador Diogo Pereira Ribeiro de Vasconcelos revestido de todo o amor patrício e das obrigações de vassalo” proferiu, no dia 22 de maio de 1972, como orador oficial, discurso de regozijo pela execução de Tiradentes, na Câmara de Vila Rica:

  • “Apenas soou na Europa o descobrimento de Colombo ou de Américo Vespúcio, afoitos se dão logo a conhecer na Bahia de Todos os Santos e successivamente em todo o Brazil. Estes são os Portuguezes, estes são oh! Brazileiros, os vossos gloriosos progenitores!” E, ainda: “Que mudança a invicta, generosa mão dos Portuguezes, que differente forma deu a estas Provincias, a estes Paizes!” ... “Estes benefícios são de infinito preço e do mesmo gênero, crede-me Brazileiros, dissimulo outros, que abrevidade me não consente enumerar”.

...Ah! Brazileiros, aqui esmoreço, d’aqui não posso proseguir avante quando me lembro que, sendo um castigo em si terrível, ainda é pequeno para expiar tão atroz delicto!”

  • E continua: ... “Brazileiros! Vós sois dóceis, sois intelligentes, homens taes obrão sempre o que é justo, ainda que a lei o não declare”. ... “Imitando os exemplos dos seus maiores, foram os Brazileiros os que resgatarão o Rio de Janeiro conquistado, os que, vencendo um povo forte e atrevido em defeza da Bahia e Pernambuco, ganharão perpétua vida”. ... “Verdade é que vossas virtudes, Brazileiros, acompanhadas de raríssimos talentos”.
  • ... “As mitras, as togas, os botões, estes honrosos prêmios são conferidos aos Brazileiros da mesma sorte que aos naturaes do Reino”... “todos são vassalos.”

Foi casado com Maria do Carmo de Sousa Barradas, mineira de Mariana, sendo pai, dentre outros, do estadista brasileiro Bernardo Pereira de Vasconcelos e do Marechal Jerônimo Pereira de Vasconcelos, o Visconde de Ponte da Barca.