Iácones Batista Vargas

Associado Efetivo do IHGMG – Cadeira nº 96

Patrono: Sebastião de Affonseca e Silva

 

 

Na semana em que se celebra a memória de Joaquim José da Silva Xavier, condenado à forca em 1792, por liderar a grande Inconfidência Mineira, o Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, por sua Comissão Cultural de Genealogia, relembra as origens familiares do Alferes Tiradentes.

 

Em 1948, o eminente genealogista paulista Carlos da Silveira (bisavô do associado efetivo Carlos Alberto da Silveira Isoldi Filho, atual titular da Cadeira nº 87 do IHGMG, patroneada por Basílio de Magalhães) publicou três trabalhos de genealogia especialmente elaborados para a Revista do IHGMG naquele ano. Um deles, constituído de delicado gráfico encartado na página 200-B do volume III da Revista, recebeu o título de “Esbôço da árvore genealógica ‘de costado’ de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (1746-1792)”.

 

Segundo os dados coletados por Carlos da Silveira, “o Tiradentes” é filho do português Domingos da Silva dos Santos e de Antônia da Encarnação Xavier (1721-1755), mineira de São João d’El-Rei, casados em 1738.

 

O pai de Tiradentes, natural de “Santo André, termo da Vila de Belorico de Basto, Portugal”, nascera do casal André da Silva e Mariana da Mata, sobre os quais a publicação não menciona outras informações.

 

De acordo com Carlos da Silveira, a mãe do Alferes é filha do português Domingos Xavier Fernandes (“nascido em São Tiago da Cruz, Arcebispado de Braga”, filho de Domingos Rodrigues e Catarina Fernandes) e de Maria de Oliveira Colaço (nascida em São Paulo, por volta de 1701), casados na Vila de São José d’El-Rei, por volta de 1720.

 

A avó materna é filha do português Antônio de Oliveira Setúbal (filho de Hierônimo Setúbal e Brázia de Oliveira) e da paulistana Isabela de Oliveira Colaço (nascida em 1681 e que viveu no Rio das Mortes entre 1715 e 1727). Por esta bisavó, Tiradentes é trineto do Capitão Antônio de Oliveira Gago (filho do santista Capitão Martinho de Oliveira e de Catarina Pereira Sardinha, nascida no Rio de Janeiro) e da paulistana Ana da Cunha (1661-1753), que, por sua vez, é filha de Paula Gonçalves e do paulistano Antônio da Cunha (casados por volta de 1660), sendo este filho de Catarina Pinto e do açoriano Manuel da Cunha (natural da ilha de São Miguel), os quais vêm a ser pentavós do Alferes Tiradentes.

 

Ainda segundo Carlos da Silveira, o tetravô Martinho de Oliveira seria “talvez filho de Pedro Colaço, o Moço, e de Juliana de Oliveira (Gago)”.

 

Graças a essa importante publicação genealógica hoje é possível relembrar as origens familiares de Tiradentes até a 6ª geração da linha reta ascendente, com menção, inclusive, aos nomes de quatro dos 64 pentavós do Alferes José Joaquim da Silva Xavier.

 


 

Fonte: SILVEIRA, Carlos da. “Esbôço da árvore genealógica ‘de costado’ de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (1746-1792)”. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1948, vol. III, p. 200-B.