Faleceu no Hospital LifeCenter, em Belo Horizonte, aos 86 anos, o atual presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, Luiz Carlos Abritta. Nascido em 24 de janeiro de 1935, Abritta era filho do juiz de Direito e poeta modernista Oswaldo Abritta e de Yolanda Nery Abritta. Seu pai foi integrante do grupo fundador da Revista Verde, editada na década de 1920, em Cataguases.
Formado em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na turma de 1958, ocupou o cargo de Promotor de Justiça, entre os anos de 1964 a 1981, e de Procurador de Justiça a partir de 1982, onde ocupou, inclusive, o cargo de membro do Conselho Penitenciário do Estado de Minas Gerais. Presidente da Associação Mineira do Ministério Público nos anos de 1979 a 1981, foi juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, conselheiro e presidente do Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Minas Gerais, além de ter sido o primeiro presidente da Academia de Letras do Ministério Público de Minas Gerais, fundada em dezembro de 2012.
Aliás, o Dr. Abritta, como era conhecido por todos, teve participação nas mais importantes entidades culturais e literárias do estado. Além da Academia de Letras do MPMG, ocupou os cargos de presidente da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, presidente nacional, estadual e local da União Brasileira de Trovadores e vice-presidente da Federação das Academias de Letras e Cultura de Minas Gerais. Para Abritta, que ocupou a presidência da Academia de Letras do MPMG por sete anos, a Literatura e o Direito eram irmãos gêmeos por suas diversas afinidades. “Grandes escritores pátrios integraram os quadros do Ministério Público, como, por exemplo, Monteiro Lobato, José Lins do Rêgo e Aníbal Machado. São ciências humanas que se entrelaçam e se ajustam”, disse Abritta em certa ocasião. Com diversos livros publicados, recebeu centenas de premiações na área literária, incluindo da Societé Académique des Arts, Sciences et Lettres - Paris – França.
ABRITTA NO IHGMG
Luiz Carlos Abritta teve o seu ingresso no Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais aprovado em 1995, com apresentação dos trabalhos O Movimento Modernista em Cataguases – História do Grupo Componente da Revista Verde e Discursos, onde abordou a história do Ministério Público Mineiro e de vários de seus integrantes. Na instituição, ocupou diversos cargos na diretoria chegando à presidência em agosto de 2019.
A gestão de Luiz Carlos Abritta ficará marcada como de inteira disposição e trabalho em prol dos objetivos da chamada ‘Casa de João Pinheiro’, sendo seus pontos altos a comemoração do tricentenário de criação da Capitania de Minas Gerais, em 2020, e a criação do canal IHGMG Virtual para realização das atividades culturais da centenária instituição durante o período da pandemia do COVID-19. A experiência do Instituto na realização de atividades culturais virtuais se tornou um marco em Minas Gerais, alcançando mais de trinta mil pessoas ao longo de um ano e meio de atividades.
No IHGMG, Luiz Carlos Abritta foi ocupante da cadeira de número 82, cujo patrono é o senador Levindo Coelho.
Assessoria IHGMG
Pesquisa e Texto: Adalberto Andrade Mateus e João Marcos de Linhares
Fotos: IHGMG